sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Porque Aprendiz? Porque Poeta?

Provérbios 16.16
Quão melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! e quão mais excelente é adquirir a prudência do que a prata!


Ao encontrar a sabedoria dentro da palavra de Deus, senti-me surpreendido ao contempla-la, ao vê-la como esta, permanece longe daqueles que a buscam.( Ec 1.18)
Nesta jornada de busca, pelo qual todo homem se coloca a procura-la, seguindo o conselho do "Grande Rei de Israel"( Prov 4:7) encontrei muitos caminhos.
Descobri que o homem em suas diversas ciências enxerga Deus em diferentes perspectivas, isto é, as Cosmovisões são múltiplas.
Estas por sua vez são distribuídas em "Religiões", "filosofias", "psicologias" e "sociologias", porém o mais interessante são as diferenças dentro da própria Bíblia. Na Torá (Pentateuco, ou Livros da Lei) o mundo é descrito como regido por uma Lei que organiza a vida com muita especificidade. O cumprimento da lei estabelece uma nítida relação de causa e efeito na interação dos homens com a natureza
Mas, posteriormente o livro de Jó relata um universo em que bênçãos e maldições resultam de realidades inacessíveis aos humanos. Jó sofre, mas nem ele nem os seus pares têm qualquer noção da trama que acontece nas dimensões espirituais. E todas as especulações sobre o porquê do seu sofrimento estavam erradas. Em um período mais tardio da cultura judaica, o livro do Eclesiastes concebe o universo totalmente contingente. No Eclesiastes, a vida é uma aventura na qual existem tempos diametralmente opostos entre si: tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de guerra e tempo de paz, tempo de nascer e tempo de morrer. Neste livro alguns acontecimentos são fortuitos, desconectado de qualquer sentido ou propósito.
E nessas divergências que muitos colocam como um obstáculo para a compreensão da Vontade de Deus, descobre-se que diferentes paradigmas tentam entrar em harmonia, há uma busca do homem pela verdade desde os primeiros "teólogos", (poderíamos criar um significado novo para esse substantivo para àquele que busca compreender a vontade do pai, conhece-lo, estuda-lo).
Isto é mal? Ao meu ver não, Salomão passou sua existência conhecendo-o, Moisés ja na sua velhice descobriu que tinha ainda muito o que aprender, Paulo afirmara ser um miserável, estava ainda para obter as marcas de Cristo, e em seu Cárcere:
_Quando vieres, traze os livros, principalmente os pergaminhos.

Contudo o que aprende-se com essas cosmovisões;
1° O homem sempre esta a procura de Deus mesmo na Secularização do homem pós moderno.
2° Podemos aprender mais quando refletimos se ha alguma relação nesses paradigmas.
3° A visão do Teólogo é limitada, visto que é um homem.
4° O homem aprende quando pensa, quando busca, quando entra em contato com o outro.

Meu caro Irmão, sua busca não é vã, o Senhor quer lhe mostrar um universo imenso dentro das Escrituras, aprendi inumeros conceitos nessa busca desenfreada, e descobri por último que sou apenas um "Aprendiz" e você? Também é! E o Teólogo? Também !, E o filosófo? Também é! E o Pastor Conferencista? Também é! E o Pastor Presidente do Min "tal". Também é!
Então..........Todos somos aprendizes, o que diferenciará um homem para o outro são os enfoques que cada um se prende, ontem aprendi que todo discursso é Introspectivo!
Descobri ao lado de Jesus que sou um Aprendiz Eterno, aprendo com ele, lido com os problemas da Humanidade, antes de ser Teólogo, antes de Filósofo, antes de Poetas, somos Aprendizes.
O teólogo fala sobre Deus e o tem como objeto de Estudo( Théos = Deus, Logia = Logus = Palavra = estudo), o Filósofo Fala sobre Deus e pensa sobre Deus, sobre a Metafisica e sobre a ética, será Deus nossa criação? Sua filosofia carrega toda uma história, mas......
Antes de querer ser um estudioso como Teólogo, ou filósofo descobri com Deus que precisamos ser poetas também.

Por que Deus é poeta, porque gosta de comunicar-se com versos e metáforas. Sua linguagem, carregada de símbolos, é hermética, misteriosa, para o coração cru. Para entendê-lo, precisa-se de ouvidos espirituais, sensíveis ao êxtase transcendental. Quando Deus declama o universo baila. Os olhos de Deus procuram homens e mulheres que se disponham a encarnar seus sentimentos. Todo homem foi chamado mas só os poetas podem ouvi-lo. Porque seu compromisso é com a vida, com o amor, com as relações, Deus é o Criador dessas belezas, Javé levanta homens e mulheres que se indignam com a sordidez, mas apaixonados com o sublime, com o belo. Portanto, toda linguagem poética é profecia. Sua vocação sangra no texto, a expressão rítmica do coração de Deus vaza na tinta de sua pena. O poeta pressente o que deveria ser, mas não é; vê-se compelido a re-encantar os desanimados, a curar os desesperançados, a destilar beleza de mundos imaginários em terras áridas.
A matéria prima do poeta é a palavra. Como um artesão de cristais, o poeta maneja as palavras de maneira simples, mas com delicadeza mágica. Ele deseja mostrar que o cotidiano, com suas contradições perversas, poderia seguir outra estrada. O poeta se despeja no texto como óleo perfumado, faz-se lenho do fogo que aquece a história. Desejoso de trazer os extremos numa síntese que promova o bem, não esquece que o único absoluto é o amor, que o único bem é vida e que o único alvo é a valorização do instante.
Os Poetas rejeitam redomas, estufas, viveiros, gaiolas. Eles trocam os tapetes pelo chão batido. Solitários, só obedecem o compasso do próprio coração; indomáveis, revoltam-se com o ordinário; irrequietos, perturbam o normal e fazem concretizar em seus corações a poesia, a principal delas, a mais importante, a mais sublime, a mais bela....... A Palavra de Deus.
Que minhas orações sejam: Deus, transforme o meu coração em um coração poético.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A salvação é uma iniciativa apenas de Deus?

Querido irmão, boa sua argumentação, porém já que citastes sobre a Soteriologia, quero relembra-lo que disse sobre a iniciativa, essa também parte do próprio homem também como requisito da Salvação, além é claro da Graça do nosso Senhor. Mas como disseste que "o aceitar (verdadeiramente) é PARTE SOMENTE DE JESUS " e disseste também "Por fim, o homem escolhe, mas só escolhe a Jesus para a salvação se Deus o criar um novo espírito que busque a bondade."

Tu disestes: "No entanto, se o homem não tem qualquer capacidade de escolher, por ser escravo do pecado, estar morto nesses pecados e delitos e, como homem natural, ser incapaz de discernir dos assuntos eternos, então ele jamais, nunca buscará a Deus e nem fará o que O agrada para vir a ser salvo. Ele é totalmente inutil no que se refere à salvação. Por isso precisa que um agente externo (DEUS) mude sua natureza, dando-lhe a capacidade de querer e efetuar o bem salvifico para ser, de fato salvo."Convido-lhe a fazer uma Releitura sobre a passagem do filho Pródigo. Nesse caso, você deverá deixar de lado aquilo que Deus é em termos de sua perfeita natureza eterna, e focar sua atenção na maneira como Deus escolheu se revelar e se relacionar com as pessoas na história. Seus olhos devem deixar de lado a visão ideal e abstrata da teologia, e se voltar para Jesus Cristo, suas ações e palavras, que revelam o Pai (João 10.30; 14.9).Jesus é Deus conosco, isto é, Deus se revela e se relaciona conosco em Jesus (João 1.14,18; Hebreus 1.1-3). Em Jesus, Deus está esvaziado, pois sua onipotência foi limitada pela fé dos que a ele se achegavam (Mateus 13.53-58), seu onisciência foi limitada pelo Pai (Mateus 24.36), e sua onipresença foi limitada pela própria encarnaçãoEm primeiro lugar, o Deus esvaziado se relaciona com base no critério da liberdade.

O filho mais novo pede a sua parte da herança e vai embora da casa do pai. Naquela época e cultura, o pedido equivaleria a dizer mais ou menos o seguinte: “Pai, tudo o que quero é que o senhor morra.
Tudo o que me interessa é seu talão de cheques”. O impressionante é que o pai não faz oposição a esse desejo do filho. O critério é a liberdade: “Você quer ir, meu filho, eu lamento, mas vou não vou amarrar você ao meu lado, não vou obrigar você a conviver comigo contra a sua vontade. Siga seu caminho”.Esse Deus esvaziado não mantém relacionamentos à força, mediante manifestação do seu poder e imposição de sua autoridade soberana. O Deus esvaziado dá um passo atrás, para que você possa exercer sua liberdade de existir com Ele ou contra Ele.Em segundo lugar, o Deus esvaziado se relaciona com base no critério da interpelação. O filho mais velho se recusa a participar da festa que o pai promove para se alegrar com o retorno do filho mais novo, que estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. O pai vai ao encontro do filho mais velho e o interpela, o confronta e o coloca diante da necessidade de uma decisão. MAS NÃO DECIDE POR ELE NEM O OBRIGA A SE SUBMETER À SUA VONTADE.O pai não exige obediência dizendo “Enquanto você estiver na minha casa fará as coisas do meu jeito”. O pai confronta o filho e espera tocar sua consciência, para que, semelhantemente ao filho mais novo, ele também “caia em si”, e experimente uma transformação de dentro para fora, de modo que sua submissão à vontade do pai seja um ato voluntário e consciente de ser a melhor escolha.

ACREDITO que Quem espera o resultado da intervenção do Deus onipotente, onipresente e onisciente, acaba se frustrando e sucumbindo em culpa e incredulidade quando se depara realmente com tais doutrinas. Quem espera ser uma pessoa melhor e andar em comunhão com Deus, numa relação de amor e liberdade, respondendo suas interpelações e desfrutando sua presença e doce companhia é capaz de enfrentar a vida, qualquer que seja ela, e será salva, pois antes da salvação vem a consciência que deste mundo nada é útil, é simplesmente ilusão! como o filho descobriu pela experiência nós também descobriremos, o pai simplesmente não nos impóe, pois o amor nada impoe

Poeta Aprendiz

Sou um "observador" perplexo com os Paradoxos teólógicos e filosoficos.

Meu viver não tem alardes, não precisa de holofotes, não busca confetes.Meu viver se afasta desses espalhafatos. Não aceita culto à personalidade, Meu viver abre mão de Títulos, de honrarias, de "rasga-seda", de púlpitos, de cadeiras, de gritos, de “avivamentos”.Meu viver não agüenta mais escutar ou ler os discursos daqueles que se dizem “puros”.Daqueles que falam como se acabassem de chegar do “País das Maravilhas de Alice”. Pretendendo mostrar como são vitoriosos, como os milagres se repetem em suas vidas, como os anjos os visitam, como atinam sobre os mistérios da divindade, como sabem elencar as exigências da lei e como são ousados com Deus.

Meu viver tem poucos testemunhos surpreendentes para contar. Na maioria das vezes prego e ninguém é arrebatado. Querubins não aparecem quando invoco a proteção divina. Sou parceiro de pessoas comuns, não sento à mesa com "pregadores famosos", aprendo com Jesus, simples, discreto e perpicaz. Quero apenas ser um Cristão.

Meu viver é árduo. Convivo com dúvidas. Lido com desejos impossíveis:"Humanidade sem miséria".Não consigo creditar no sofrimento universal na conta da “providência”. Não repito o pessimismo antropológico e nem teólogico que considera as crianças víboras, prestes a mostrar a peçonha que herdaram de Adão. Choro com as condições subumanas dos muçulmanos. Não aceito que a miséria da Índia seja fruto de idolatria, mas da rapinagem do imperialismo inglês. Não me conformo com o descaso que os colonialistas demonstram com a miséria que produziram na África, América Latina e no nosso Brasil.

Meu viver é amedrontador. "Qual o pregador que quer?" Vivo a refutar as minhas próprias conclusões e zombo das minhas certezas. Sei que, caso leve até às últimas conseqüências o que penso, criarei paradoxos e destruirei os parapeitos das minhas convicções. Vivo na beira de grandes crises. Sou vizinho dos hereges. Sento-me na roda dos contestadores. Sei que assim me condeno ao exílio, desperdiço convites tentadores e abro mão de conviver com os notórios. Meu viver é angustiado. Não me conformo com a brevidade da vida. Quero conhecer todas as geleiras, escalar todas as montanhas, mergulhar em todos os oceanos. Falta-me tempo para ler romances, para entender os mestres da filosofia, para degustar os melhores poetas, para meditar ao lado dos santos.

Quero viver, mas sei que é impossível impedir que a areia da ampulheta vaze. Meu porvir se enche de esperança. Sei que a frágil semente que planto ainda há de transformar-se em um frondoso Carvalho. Caso minha breve existência não brilhe como a luz do sol, descanso em ser um lampião que ilumina a senda de alguns justos. Sinto que acendi o rastilho de pólvora que no futuro explodirá os moldes intolerantes da religião