sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ensaios sobre a interioridade!


Paisagens com cupim

No canavial tudo se gasta
pelo miolo, não pela casca.
Nada ali se gasta de fora.
qual coisa que em coisa se choca.

Tudo se gasta mas de dentro:
o cupim entra os poros, lento:
e por mil túneis, mil canais,
as coisas desfia e desfaz

Por fora o manchado reboco
vai-se afrouxando, mais poroso,
enquanto desfaz-se, intestina,
o que era parede, em farinha.

E se não se gasta com choques,
mas de dentro, tampouco explode.
Tudo ali sofre a morte mansa
do que não quebra, se desmancha.

MELO NETO, João Cabral de. Poesias completas.

Cascas nada podem mostrar devido a Exterioridade as quais se Encontram, refiro-me a profundidade da ignorância humana escondida atrás de toda Religiosidade.

João Cabral, poeta de mistérios, descobrira tal enigma ao olhar às Canas dos Sertões que pintam o Nordeste Brasileiro paradoxalmente de Cinza e Preto. Àquelas que não morrem pelas mãos fatigadas dos Trabalhadores têm seus trilhos moldados pela Peste e pela Praga.

Enquanto a Casca resiste ao Sol do meio-dia, seu interior dissolve-se rumo a destruição sem nem ao menos resistir, pois tão encarecidamente aceitara seu destino de forma tão Sutil e Pacifica. Será os homens dessa forma?

Dentro destes Castelos de Concreto, olho ao meu redor e me vejo inserido nas palavras tão mágicas do poeta, exteriodade antítese da interioridade, coração de homem... só Deus compreende. Isso bem compreendeu Samuel( I Samuel 16.7). A Reflexão indaga através de sua tão íntima Amiga, a Poesia. Somos deteriorados por dentro?

Como Otelo, encurralamos-nos em perguntas que nos trazem Aflições. Pessoas mostram-se Perfeitas e Belas mas em seu interior revelam-se ao Todo-Poderoso a sua Corrupção que destroça vidas, ilude pessoas, corrompe corações, alienam-se mentes e as conduzem aos infernos Psicológicos e Espirituais.

Na conteporâneidade a instituição religiosa assemelha-se Às Canas que de tão belas e doces parecem útil a Todos mas ao tocar-lhe transformam-se em Farelos. Nosso castelos de Concreto chamado pelos
"pseudo-cristãos" de Igreja podem tornar-se em pó um dia com a vinda de Cristo, porém e as Almas? Essas são imortais. Serão as pessoas menos importante que Castelos ou Instituições?... ou Títulos? Eu vejo o meu Senhor Jesus ao lado de Pessoas, Castelos são apenas pó com "alguma" beleza aos olhos dos Religiosos(Atos 7:48,17:24).

Senhor, ensina-me a contemplar a beleza e o valor Humano na tua Casa, para que nunca possa desvalorizar uma vida em nome de qualquer Religiosidade!
POR: Jackson Poeta Aprendiz

2 comentários:

Ana Rita disse...

Olá, muito interessante essas reflexões sobre interioridade/religiosidade, num paralelo com as palavras do poeta. Nos faz pensar...
E que imagem forte essa da árvore tombada, desgastada, de dentro prá fora. Parabéns, belo texto, bela imagem.

Abraços.

lan disse...

Parabéns!
Linda reflexão!
Estou orgulhoso de você filho!
Continue assim...
Que o Senhor te abençoe!!!